viernes, 17 de febrero de 2012

Trilha Sonora

Essa coisa chamada amor que tanto nos ata.

Eu entendo que tem muitos amores bonitos e respeito todos. Respeito até o amor da boquinha da garrafa, mas dele eu não quero saber nada! Sexo puro e no final de tanto remelexo você está é no fundo do poço.

E aos poucos você vai aprendendo com muitos amores.

Música para dor de cotovelo não falta, tem gente que fica presa no Blues, pela melancolia do amor traído; tem fase de choro, mas falo do chorinho, que nada tem a ver com o seu nome, bem ao contrário, uma música de amor bem alegre e contagiante. Repleto de ornamentos e improvisações como o amor em si.

       por Cecília Murgel

Gosto de amor chorinho, e já falei de roda de samba antes, mas descobri que o meu verdadeiro amor preferido é do tipo Baião. É só prestar atenção [Luís Gonzaga]. Falo mais do baião de ninar, aquele suave, doce demais, que não machuca ninguém; vai se repetindo em sons mântricos, com a intensidade subindo bem devagarinho, cada vez mais vozes cantando junto. Chega até um frenesi mas é tão paulatino que nem valorizamos muito. Falo da canção de roda, viva à ela e à todas as cirandas! Ninguém quer (esse amor) até virar completamente adulto, mas por que negá-lo se é o amor que vale à pena?

As cantigas são como um amor inato e por isso quando alguém te pergunta a tua música favorita, você vai logo dizendo um estilo que escutou ainda agora na rádio. Mas nunca nem te passa pela cabeça dizer que gosta mesmo é da poesia cantada, a quase esquecida cantiga de amor, ou das canções populares que aprendeu na infância. E são as que te fazem sorrir! São as intuitivas, todo mundo conhece e adora. Não sei se é o amor que é engraçado ou se os engraçados somos nós, tantas vezes cegos.

Sozinha eu não fico, nem hei de ficar, porque tenho esse menino para ser meu par.